sábado, 8 de junho de 2013

Animais das florestas se deslocam para Norte

Animais das florestas se deslocam para Norte

O início do verão trouxe múltiplas surpresas aos habitantes da capital russa. Entre estas há que referir tanto os caprichos do tempo, como as patentes alterações da flora e fauna nos parques florestais. É bem provável que o aquecimento global esteja a fazer correções ambientais muito mais depressa do que se pensava.

 A primavera deste ano foi muito curta e complicou a vida dos habitantes da cidade devido à invasão de mosquitos e ácaros. Porém, as novidades boas chegaram com o advento do verão. Por exemplo, no curso alto do rio Yauza, em Moscou, surgiram lagostins e gabeões, o que significa que o rio se tornou mais limpo. Os pescadores locais apontam ainda para um peixe de água doce, a brema, que se transformou e se tornou parecida aos seus congêneres do sul que habitam nas águas do Don e nos rios da região de Kuban. Surgiu ainda o peixe ciprínida, de tamanho surpreendente, como se tivesse sido tirado dos livros do ilustre cientista Leonid Sabaneev. Nos lagos começaram a surgir rãs e pererecas, cujo tamanho duplicou. Nas margens vão deambulando patos-ferrugíneos.
 Estas são alguns dos sinais mais recentes de mudanças inesperadas. Como se sabe, os animais costumam reagir rapidamente a quaisquer mudanças de clima, refere a propósito, Vladimir Krever, coordenador do programa de preservação da biodiversidade junto do WWF, Fundo Mundial para a Natureza:
 "Está mudando tanto o número de muitas espécies, como o seu habitat. A tendência está à vista: as espécies do norte se deslocam mais para o norte, enquanto as do sul procuram seguir o mesmo trajeto. Não podemos garantir que daqui a 5 anos na região de Moscou não vão crescer bananas e abacaxis. No entanto, a deslocação de ursos pardos e brancos ocorrerá num futuro próximo."
 As alterações climáticas devem ser levadas em conta em cada caso concreto. Também se deve estudar as relações causa-efeito e tentar não fazer conclusões precipitadas, considera o moderador do programa “Clima e Energia”, Alexei Kokorin.
 "A título de exemplo, posso citar o aparecimento de tubarões na região de Vladivostok que feriram ou até mataram algumas pessoas. Tal caso merece um exame especial. Ao que se apurou, foi a ação de vários fatores, incluindo a influência das águas mais tépidas e de “alimentação adicional”. Na água tinham sido lançados pedaços de carne, o que atraiu os tubarões. Mas tal situação tem sido típica. As rãs e mosquitos também são influenciados pelo desequilíbrio do clima."
 Os cientistas da Universidade britânica de York examinaram as alterações do habitat de 2.000 espécies biológicas, desde as algas até aos mamíferos, ocorridas nos últimos 40 anos. E chegaram a uma conclusão definitiva: os animais e as plantas se vão deslocando da linha equatorial em direção aos polos da Terra. Com isso, a distância média percorrida se estima em 17 km em cada década. Este é um ritmo de deslocação três vezes maior do que estava previsto. Por isso, em perspetiva de médio prazo, os moscovitas poderão vir a ser testemunhas da “intrusão” de insetos, animais e plantas procedentes das zonas meridionais. Resta saber se o fenômeno em causa será positivo ou negativo. Bem ou mal, esse é um tema para uma conversa à parte. De qualquer forma, sobram evidentes motivos para novas surpresas.

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