sábado, 29 de junho de 2013

Tensão crescente no Egito

Opositores e partidários do presidente egípcio marcham nas ruas do Cairo

Manifestações desta sexta antecedem a grande protesto nacional marcado para domingo pela oposição a Morsi

Milhares de partidários e opositores ao presidente islâmico do Egito realizam manifestações nesta sexta-feira (28) nas ruas do Cairo.
Partidários de Mohammed Morsi marcharam no distrito de Nasr, em uma demonstração de apoio antes dos grandes protestos nacionais planejados pela oposição para este fim de semana.


Reuters
Manifestantes partidários do presidente Mohammed Morsi fazem marcha em Cairo, no Egito
 
A oposição ao presidente, que se reúne nesta sexta em vários lugares da capital egípcia, planeja juntar multidões no domingo em protestos nacionais, prometendo forçar a renúncia do atual líder do país.
Do lado oposto do local que ocorre a marcha em favor de Morsi, milhares se reúnem na Praça Tahrir, gritando palavras de ordem e exigindo que o presidente "deixe o poder".
Nos últimos dias, os opositores a Morsi e integrantes da Irmandade Muçulmana se confrontaram nas ruas de várias cidades no Delta do Nilo em episódios de violência que deixaram ao menos cinco mortos. A morte mais recente aconteceu nesta sexta-feira quando um dos feridos morreu no hospital.
Muitos temem que esses confrontos sejam um prelúdio de mais violência e derramamento de sangue nas ruas do país no domingo. Em um sinal da atmosfera de desafio, o xeque Hassan al-Shafie, clérigo sênios de Al-Azhar, instituto religioso mais importante do Egito, alertou para a possibilidade de "guerra civil" após os conflitos no Delta.
O Aeroporto Internacional do Cairo estava lotado nessa manhã, em um êxodo sem precedentes, segundo autoridades. Eles afirmam que todos os voos saindo do Egito nesta sexta-feira têm como destinos os EUA, a Europa e o Golfo. Todos os assentos dos voos já estavam reservados.
De acordo com uma autoridade, que falou à agência Associated Press (AP) em condição de anonimato, muitos dos que estão deixando o país são parentes de autoridades e empresários egípcios - bem como muitos cristãos.
Ambos os lados da disputa prometeram manter seus protestos pacíficos e, até agora, eles trocaram acusações sobre quem começou a usar violência. Tamarod, grupo ativista cuja campanha pela petição contra Morsi provocou a convocação da manifestação de domingo, afirmou em um comunicado que se opunha "a qualquer ataque contra qualquer pessoa" e acusou a Irmandade Muçulmana de provocar pânico para evitar uma participação em massa da população.
Tamarod afirma ter coletado cerca de 20 milhões de assinaturas no país de 90 milhções de habitantes exigindo a renúncia de Morsi.

A Irmandade Muçulmana afirmou que os cinco mortos nos confrontos no Delta eram seus membros. Algumas pessoas "pensam que podem derrubar um presidente eleito democraticamente matando seus partidários", disse Gehad el-Haddad, porta-voz da Irmandade, em sua conta no Twitter.
A marcha em favor de Morsi acontece em frente à mesquita Rabia el-Adawiya, no Cairo, não muito distante do Palácio Presidencial, um dos locais onde a oposição planeja fazer seu protesto na sexta-feira.
Em seu sermão nesta sexta-feira, o clérigo da Rabia el-Adawiya alertou que se Morsi for deposto "não havera presidente para o país" e o Egito descerá para o "inferno da oposição".
AP
Manifestante egípcia segura cartão vermelho com a palavra "saia", durante manifestação na Praça Tahrir
 
Milhares de partidários de Morsi lotaram as ruas, cantando músicas religiosas. "É por Deus, não por posição ou poder", gritavam. "Levante sua voz, egípcio: sharia islâmica." Muitos usavam bandanas verdes com as palavras de ordem da Irmandade Muçulmana.
Autoridades de segurança afirmam que os conflitos na cidade de Mansoura, do Delta do Nilo, deixaram três mortos nos últimos três dias, além de dois mortos na província de Sharqiya.
Em Sharqiya na quinta-feira, uma marcha islâmica se chocou contra uma manifestação contra Morsi, provocando confrontos violentos. Os dois lados jogavam pedras uns contra os outros e disparavam tiros, deixando 70 feridos.
Com AP
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